Autonomia funcional de idosas praticantes de pilates
Introdução
O envelhecimento é um processo de degeneração orgânica e funcional, contribuindo paraa perda de força, flexibilidade,resistência e capacidade cardiorrespiratória, causando prejuízo na autonomia funcional de idosos. A autonomia funcional é dividida em autonomia de ação (independência física ou capacidade em realizar atividade de vida diária) e autonomia de vontade (autodeterminação individual). A preservação dessas capacidades exerce influência na qualidade de vida de idosos. Estudos demonstram que a prática da atividade física, visando o reforço muscular, melhora da flexibilidade e do condicionamento aeróbico, pode oferecer efeitos positivos à autonomia funcional de sujeitos com mais de 60 anos. O método de Pilates é caracterizado por exercícios resistidos e o alongamentos dinâmicos, realizados em conjunto com a respiração e respeitando seus princípios essenciais. O método associa o aprimoramento do desempenho motor, da estabilidade corporal e da postura ao fortalecimento e melhora da flexibilidade desses músculos.
Metodologia
Foi realizado um estudo com o objetivo de avaliar o método Pilates na autonomia funcional de 52 idosas sedentárias, distribuídasem dois grupos: 25 no grupo controle (com idade de 65,2) e 27 no grupo Pilates (com idade de 66,9). As idosas foram submetidas a uma avaliação geral (idade e peso) e uma de autonomia funcional (protocolo do GDLAM) que consiste em cinco testes: caminhada de 10 m, levantar-se da posição sentada, vestir e tirar a camiseta, levantar-se da posição de decúbito ventral e levantar-se de uma cadeira e locomover-se pela casa. A intervenção para o grupo Pilates consistiu na prática de Pilates, usando uma bola Bobath e os aparelhos específicos do método (trapézio, wall unit, reformer chair). Cada sessão foi dividida em quatro estágios: alongamento global inicial (10 minutos), incluindo a cadeia posterior (na cadeira combo) e dos músculos laterais (no reformer); fase de condicionamento geral (40 minutos); e relaxamento (10 minutos). Oito exercícios compuseram a fase de condicionamento: flexão e extensão de ombros (arms up and down); abdução e adução de ombros (arms side); flexão e extensão de cotovelos (arms pull up and down); flexão e extensão de quadril (supine lower leg series); abdução e adução de quadril (leg series on side: up and down); flexão de joelhos com apoio de artelhos e calcanhares (footworks: toes and heels); sentar-se e levantar-se (sit ups); e levantar glúteos e tronco (gluteus and trunk raise). Cada exercício foi executado com um máximo de dez repetições. O nível de intensidade do exercício foi controlado pelo uso das molas do método, ou seja, foram usadas molas com constante elástica predeterminada.Após a intervenção, as voluntárias foram reavaliadas e os testes foram comparados. O grupo controle não foi submetido a qualquer intervenção, mas semanalmente se reunia.
Teste de caminha 10 metros: requer fortalecimento de MMII, equilíbrio, assim como coordenação e dissociação de cinturas na marcha.
Teste de caminha 10 Metros |
Teste Inicial |
Teste Final |
Grupo Pilates |
Fraco |
Regular (redução do tempo) |
Grupo Controle |
Fraco |
Fraco |
OBS: a redução do tempo pode ser associado à conquista da estabilidade do tronco durante a passada e melhora do equilíbrio dinâmico.
No teste de levantar-se da posição sentada: requer Fortalecimento de MMII e músculos posturais, flexibilidade, equilíbrio e coordenação.
Teste de Levantar-se da posição sentada |
Teste Inicial |
Teste Final |
Grupo Pilates |
Regular |
Bom |
Grupo Controle |
Regular |
Regular |
OBS:O trabalho dos músculos do centro de força promove melhora da força muscular, estabilização postural e melhora do equilíbrio, necessários para o ato de se levantar-se, o que explicaria os resultados aqui encontrados.
No teste LCLC: associa os 2 testes anteriores, neste caso pode-se acrescentar a importância do equilíbrio dinâmico para o ato de contornar os obstáculos.
Teste LCLC |
Teste Inicial |
Teste Final |
Grupo Pilates |
Bom |
Muito bom |
Grupo Controle |
Bom |
Bom |
No teste de levantar-se da posição de decúbito ventral: requer força da musculatura estabilizadora da coluna, com ênfase nos paravertebrais, assim como MMII e MMSS.
Teste Levantar da posição de DV |
Teste Inicial |
Teste Final |
Grupo Pilates |
Regular |
Bom |
Grupo Controle |
Fraco |
Fraco |
OBS: um dos componentes do método é o fortalecimento dos músculos estabilizadores da coluna e mobilidade da coluna vertebral, o que explicaria a melhora do GP.
No teste de vestir e tirar a camiseta: requer mobilização articular, força muscular e coordenação motora de membros superiores, além de estabilização postural
Teste de vestir e tirar camiseta |
Teste Inicial |
Teste Final |
Grupo Pilates |
Fraco |
Regular |
Grupo Controle |
Regular |
Fraco |
OBS: O pequeno ganho do GP poderia ser atribuído ao efeito de estabilização da postura do métodoassim como à maior mobilidade das articulações de ombros e cotovelos.
Conclusão
Os resultados mostram que a prática do método Pilates, tal como aplicado ao grupo de idosas saudáveis deste estudo, promoveu melhora significativa em seu desempenho funcional, melhorando assim a autonomia funcional dos idosos.
Brena Guedes de Siqueira Rodrigues
Samaria Ali Cader
Natáli Valim Oliver Bento Torres
Ediléa Monteiro de Oliveira
Estélio Henrique Martin Dantas
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