O método pilates no tratamento da condromalácea patelar
A articulação do joelho possui três superfícies articuladas: aquelas entre os côndilos medial e lateral do fêmur e a tíbia (articulação tibiofemoral) e entre a patela e o fêmur (patelofemoral). A patela, localizada entre o tendão quadricipital e sua inserção na tuberosidade tibial através do tendão patelar, aprimora a vantagem mecânica do mecanismo extensor do joelho. A dor patelofemoral (DPF) é uma das patologias mais comuns da extremidade inferior. Powers (2003) sugeriu que uma avaliação abrangente da DPF deve incluir uma análise do movimento quadril-pélvico e do movimento pé-tornozelo e não deve enfocar exclusivamente as estruturas do joelho ou os eventos que envolvem o joelho.
Quando o joelho está próximo à extensão total, a patela ocupa uma posição alta sobre o fêmur. À medida que o joelho começa a flexão, a patela desliza para o sulco intercondilar. Esse movimento da patela ao longo do fêmur recebe a designação de mobilidade patelar. Essa mobilidade depende da congruência entre a patela e o fêmur. Essa congruência é medida tipicamente pelo ângulo patelofemoral lateral e ângulo de inclinação patelar. A mobilidade apropriada depende também de uma complexa interação de forças musculares entre vasto lateral, vasto intermédio, vasto medial e reto femoral e de considerações estruturais.
A articulação patelofemoral experimenta grandes cargas quando o joelho é colocado na posição flexionada e, dessa forma, fica predisposta a certas lesões, e uma dessas lesões é a Condromalácea patelar.
A porção inferior da patela é protegida pela cartilagem articular hialina que é constituída por fibras de colágeno e água, essa cartilagem é pouco vascularizada, por isso, não há uma reciclarem celular satisfatória e os processos cicatricais não conseguem recuperar o tecido. A cartilagem pode se tornar lesionada e amolecida devido a pequenos traumatismos repetitivos decorrentes de uso excessivo, desalinhamento da patela devido ao desequilibro muscular ou sustentação anormal de carga sobre o joelho, causando dor que piora após permanecer sentado por muito tempo, ao utilizar escadas ou levantar da posição sentada, rangido, inchaço, vermelhidão. A condromalácea patelar é classificada de acordo com o acometimento da superfície condral em:
- GRAU I – quando há apenas amolecimento;
- GRAU II – há um “desfiamento” condral;
- GRAU III – há rachaduras na superfície;
- GRAU IV – há exposição do osso subcondral.
Dois tipos de alterações podem ocorrer na gênese da condromalácea patelar: degeneração superficial dependente da idade (pessoas de meia idade e idosos) e degeneração basal (adolescentes).
O tratamento inicial é repouso, gelo, anti-inflamatório e a diminuição da sobrecarga sobre o joelho. O fortalecimento e o alongamento do quadríceps contribuem para o alívio da pressão sobre a patela. Como já dito, a lesão não pode ser recuperada, sendo assim, o tratamento deverá buscar a estabilizar a lesão e não curá-la por completo, assim, deve-se analisar a causa da sobrecarga e corrigi-la através de exercícios físicos bem orientados por um fisioterapeuta ou um professor de Educação Física.
O Pilates também age de forma excelente no alinhamento patelar, bem como na estabilização do quadro da condromalacea patelar, uma vez que, o foco do método é o fortalecimento e estabilização dos músculos centrais do corpo – Power House – aliado as técnicas que potencializam a respiração e seus benefícios, atingindo assim, o foco através do equilíbrio muscular.
Por Fernanda P de Souza
Treinadora Liberty Pilates Training
Referências
- Whiting, W.C. Biomecânica Funional e das Lesões Musculoesqueléticas,2.ed. – Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, 2009, pag. 147 e 159.
- Walker, B. Lesões no esporte: uma abordagem anatômica. Barueri, SP: Manole, 2010, pag.193.
- http://www.joelho.pro/seu-joelho.php?id=11 pesquisado dia 05/10/2015 às 15h
- Apostila de Studio Pilates – Liberty Pilates
Próximos treinamentos
Contato
Preencha o formulário para entrar em contato: