Pilates para corredores
A corrida tornou- se uma grande estratégia para quem busca condicionamento físico aliado a perda e manutenção de peso, atualmente, muitas pessoas encontram na corrida uma forma de praticar atividade física com prazer. Junto ao crescimento de corredores, cresceu também o número de provas distribuídas ao longo do ano, essas provas, são disputadas por atletas por corredores amadores que percorrem desde 5 km até 42 km em diferentes percursos. A participação nas corridas traz ao praticante estimulo para superar seus limites e a intensidade de seus treinos também progredi assim como a necessidade de desenvolver um aporte muscular maior para suportar a sobrecarga gerada nos treinos.
O treino de corrida deve ser encarado como qualquer treino de musculação, a orientação de um profissional é essencial para correta mensuração da carga e evolução da mesma de acordo com o condicionamento de cada praticante. A partir de uma avaliação da capacidade aeróbia máxima é possível determinar qual deve ser a intensidade do treino para diferentes objetivos. A cada mês ocorre uma melhoria no condicionamento físico conseqüentemente na eficiência da corrida permitindo a manutenção da velocidade e da distância. Considerando a relação linear entre a intensidade do treino e a sobrecarga mecânica atuando nas estruturas ósseas, articulares e musculares dos atletas, o fortalecimento do corpo de uma forma global especialmente dos músculos centrais é de fundamental importância pata estabilidade e correta funcionalidade das articulações envolvidas.
As principais articulações acometidas pela sobrecarga no treinamento de corrida são a coluna vertebral e o joelho. A coluna é uma estrutura complexa composta por vértebras e seus discos e no meio deles a medula espinhal. A carga gerada pelo impacto do pé com o solo após a fase aérea da corrida é distribuída pelo tornozelo, joelho, quadril até chegar à coluna, comprometendo a integridade dessa estrutura caso a mesma não esteja estabilizada para suportar tamanha carga. O joelho, por sua vez, é uma articulação mais suscetível á lesão por estar localizada nas extremidades de dois braços de alavanca longos, a tíbia e o fêmur e caso exista algum desequilíbrio articular que, pode ser resultante de algum desalinhamento do quadril, a repetição da carga compromete a integridade dessa articulação também. Os desequilíbrios posturais potencializam o risco de gerar lesões nessas articulações e em todas as outras quando gerada uma sobrecarga mecânica.
O objetivo principal do método pilates é desenvolver músculos estruturais e que equilibram a coluna vertebral em sua posição fisiológica normal considerando o desenvolvimento mental e espiritual, trabalhando o corpo como uma unidade integra e capaz de executar os movimentos com maior controle, harmonia e precisão. O desenvolvimento da consciência corporal e melhora do padrão postural também são características desse método.
A maior movimentação de membros inferiores (comprimento e frequência da passada) permite o aumento da velocidade de locomoção e exige maior mobilidade da coluna vertebral, exceto para a região lombar, no plano frontal, durante a transição entre a marcha e a corrida concluíram M. C Paula et al em seu estudo. Conforme relatado em estudos prévios, joelho e tíbia foram as estruturas anatômicas mais afetadas pelas lesões (Clements, Yates & Curran, 1999; Marti et al., 1988 citados por PILLEGGI, 2010). Segundo alguns autores, joelhos valgos, varos e recurvados e tíbia vara são considerados fatores de risco para lesões em corredores (Cowan, Jones, Frykman, Polly Junior, Harman, Rosenstein & Rosenstein, 1997; Wen, 2007 citado por PILLEGGI, 2010).
Especificamente na corrida de rendimento, os principais fatores fisiológicos que predizem o desempenho em provas de meia ( 800 a 5.000 M) e longa distância (10, 000) são: a economia de corrida e o limiar anaeróbio (BASSET e HOWLEY, 200; FOSTER E LUCIA, 2007; NUMMELA et al., 2007 citados por TARTARUGA, 2008). Segundo Tartuga (2008), mudanças angulares principalmente nas articulações do quadril, joelho e tornozelo, decorrentes da mudança na mecânica da corrida, produzem alterações nos valores de força e , conseqüentemente, alterações no custo energético e na economia de corrida, acarretando mudanças no desempenho.
Essas evidências permitem concluir que atividades que desenvolvem fortalecimento dos músculos que garantem estabilidade da coluna vertebral devem ser desenvolvidas junto aos treinos de corrida para garantir a correta mobilidade e distribuição de carga na coluna vertebral . O alinhamento postural e as descargas de peso desenvolvidas no método pilates garantem maior sinergismo entre as estruturas articulares envolvidas na corrida possibilitando uma melhor execução do gesto motor e distribuição dos ângulos entre o tornozelo, joelho e quadril garantindo assim segurança em todas as fases da corrida prevenindo uma possível lesão em praticantes amadores e em atletas.
Prof. Esp. Victor M Valente
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